Regenerar o corpo e a mente pela privação
É uma prática milenar associada à desintoxicação da mente e do corpo. O jejum está a conquistar um número crescente de adeptos em todo o mundo, desde logo, por uma questão de saúde. O terapêutico e o intermitente são os dois tipos de jejum mais preconizados pelos especialistas no tratamento e na prevenção de várias doenças. A não ingestão de alimentos durante um determinado período de tempo (12, 14 ou mais horas) vai levar o organismo a recorrer à gordura acumulada e ao açúcar armazenado sob a forma de glicogénio. O jejum vai obrigar a um reset do sistema desencadeado pela autofagia (comer-se a si próprio) e pela regeneração celular. A investigação sobre os mecanismos de autofagia está na origem da atribuição do prémio Nobel da Medicina a Yoshinori Ohsumi, em 2016. Na prática, trata-se de um processo de sobrevivência constante no organismo que quando está desregulado abre caminho ao aparecimento de doenças. Os defensores alegam que durante o jejum, o organismo se vai alimentar de tudo o que está em excesso, aniquilando, automaticamente, todos os componentes indesejáveis que contribuem para o aparecimento das mais diversas doenças. Muitos invocam a necessidade de recorrer a este método, tal como a de encerrar um computador para que possam ser feitas as atualizações necessárias do sistema.
A primeira clínica de jejum terapêutico surgiu há mais de 100 anos. Neste tipo de espaços, os pacientes que admitem tratar-se de um processo difícil, sobretudo, nos primeiros dias, são acompanhados e monitorizados por uma equipa de especialistas. No entanto, muitas pessoas adotaram o jejum moderado de forma quase inconsciente, no seu dia-a-dia, ainda que por períodos mais curtos. Jantar cedo e, apenas, ingerir alimentos no dia seguinte, por exemplo, permite ao organismo fazer uma pausa entre 12 a 14 horas. É importante lembrar que cada caso é um caso.
Quem experimentou fala de resultados a diferentes níveis e da necessidade em repetir.
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