A consciência é um dos mistérios mais profundos da experiência humana. Durante séculos, filósofos, cientistas e curiosos tentaram compreender este enigmático estado que nos permite estar mais perto de nós próprios e de tudo aquilo que nos rodeia.

Os descobrimentos deixaram de fora uma das conquistas mais importantes e da qual raramente se fala: a do homem sobre si mesmo. Assim, o indivíduo acaba por ser “como uma cortiça no mar da consciência – não sabe onde está, de onde veio, para onde vai e nem porquê. Vagueia neste enigma sem fim, repetindo as perguntas século, após século, e assim continuará, se não passar por um salto quântico na consciência” como defende David Hawkins, em Poder versus Força.

Pelo que a clareza com que percecionamos a realidade – independentemente daquilo que tal possa significar – parece estar ligada ao nosso nível de consciência. Partindo do princípio de que o outro nada mais é do que um reflexo de nós próprios, até que ponto seremos capazes de o “ver” ou de o reconhecer?

Apesar de o ponto de partida ser, aparentemente, o mesmo para todos, a velocidade média varia no cruzamento do instante, um tempo não cronológico que orienta a linha de aproximação à meta. É nesse presente, passado para uns e futuro para outros, que se fazem as contas. E, neste trabalho de equipa, os resultados são calculados com a soma das partes. Assim, quem lidera a corrida é convidado a incentivar os que se encontram na cauda do pelotão e estes a persistir. Vale, por isso, a pena ficarmos atentos a nós próprios e ao outro para que, juntos, possamos continuar a avançar independentemente do cansaço ou das dúvidas que possam surgir na busca deste estado natural, um estado ao qual tentamos, consciente ou inconscientemente, regressar.

(Photo by  Motoki Tonn)