Um salto no desconhecido

20 de Fevereiro, 2022

Quantas vezes já saltou sem paraquedas? Talvez mais do que possa, à primeira vista, parecer!

Um casamento, um divórcio ou uma simples mudança de emprego implica dar um passo em frente, sem se saber, muito bem, o que esperar. Lançamo-nos para o vazio, confiantes de que tudo vai correr pelo melhor, sem qualquer rede de segurança. Confiamos em nós e agimos. Por vezes, lançamo-nos no desconhecido por mera curiosidade ou, até mesmo, para testarmos a nossa capacidade de determinação. E somos, frequentemente, surpreendidos. Não podiamos deixar de ser. O grau de cada experiência adapta-se ao momento em que decorre e à pessoa em que nos tornamos. As circunstâncias contam e muito. A distância entre aquilo que achamos ser capazes de fazer e aquilo que somos verdadeiramente não é exata, precisa ser testada uma e outra vez. Há determinadas fragrâncias que, apenas, se obtêm com os ingredientes certos, com muito tempo e dedicação.

A experiência tem tanto de entusiasmante como de assustadora. Saltar é um risco e o desconhecido, ainda que nos atraia, deixa-nos inseguros. Mas é, também, aqui que se abre todo um conjunto de potencialidades. O nevoeiro do caminho dissipa-se à medida que se avança, mais ou menos depressa. Na verdade, o ritmo pouco importa. O salto no desconhecido vale a pena pelo valor da tentativa e erro, por  silenciosamente nos aproximar da nossa essência.

No final de cada percurso, fazemos as contas e a equação termina, inevitavelmente, em terreno positivo. Identificamos recursos que desconhecíamos, adquirimos novas ferramentas e respiramos, profundamente, confiantes que somos capazes de voltar a saltar sem paraquedas.  Por isso, quando menos esperamos somos convidados a embarcar numa nova viagem, sem qualquer bilhete de regresso.

 

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